terça-feira, 31 de março de 2009

Para que eu quero descer...pode continuar

Hoje é um dia que queria que o mundo parasse para eu descer.
Parece que tomei anfetamina e o resto do mundo também. Ta difícil de acompanhar.
Já saí de casa como se estivesse atrasada, sem estar, como se alguém estivesse me esperando, e não estava, enfim, tudo errado. E quando cheguei na empresa estava todo mundo neste ritmo. Uma loucuuura!
Paro pra pensar onde é que tudo isto vai me levar. Embora ame meu trabalho, acho que já falei isso antes, as vezes fico desmotivada, não só com o trabalho, mas com a vida de modo geral.
Mas hoje, pra ser mais exato neste momento, lembrei de duas pessoas que me espancariam se me ouvissem reclamar da vida, meu pai e meu tio José.
Eles são foda!
Meu pai é o cara que mais luta com vida que eu conheço, tropeçou, caiu e levantou sei lá quantas vezes. E nunca perde a força. Uma fortaleza. Um vitorioso. Ele agora além de tudo é universitário e foi convidado, pela diretoria da universidade, à ministrar palestras de leasing para professores e alunos. Gente! Que baixinho que me enche de orgulho...rs
E meu tio José é um cara que além de lutar com a vida luta pra viver. Ele é a pessoa que conheço que mais ama esta vida. Já passou por coisas que em minha opinião deveriam ser proibidas de serem passadas por pessoas do bem. E ele ta aí, vivendo um dia de cada vez. Uma pessoa extraordinária. O velho do mar!
Pois é os dois, cada um a sua maneira, fazem limonada com o limão que a vida dá... e ainda vendem...rsrs
Virar o funil e ver a vida por outro ângulo as vezes é bastante reconfortante.
É....melhor eu deixar a vida ir em frente.
EI...NÃO PRECISA PARAR NÃO QUE EU TÔ AQUI FIRME E FORTE!!!!!!

domingo, 29 de março de 2009

Mais uma vez.

Acordei hoje no meio da tarde com a sensação de que em algum momento perdi o foco.
Esqueci o que estou procurando e porque estou procurando.
Na verdade com a sensação de que perdi alguma coisa, de que as coisas não estão fazendo sentido.
Parei pensei bastante, chorei com um final feliz de um filme de amor, pensei naqueles que amo e naqueles que amarei e descobri o que é...
Mais uma vez acordei sozinha.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Gestão a putaqueopariu!

Não me lembro quando o termo "gestão" começou a ser usado nas empresas, acredito que o conceito seja novo, mas me lembro bem de quando ela foi colocada na minha vida, 7 anos atrás
Hoje ouvimos falar o tempo todo de gestão: gestão de resíduos, gestão financeira, gestão de produção, gestão do meio ambiente, da qualidade, da qualidade e meio ambiente, gestão, gestão, gestão. Parece virose, não sabe o que tem? é virose, são sabe o que faz? é gestão.
Como se não bastasse as empresas contratam pessoas que te auxiliam na realização de uma boa gestão. Elas vem até a empresa, falam durante dias, até meses, apresentam algumas atividades lúdicas, uns slides e falam, a todo o momento, coisas óbvias, que não aplicamos em momento algum, talvez por serem tão obviamente úteis. Pra que facilitar, né?.
Acho louvável e interessantíssimo, mas fico emputecida de ter que ouvir o óbvio de uma fulana que não sabe nem meu nome, a não ser quando olha para o crachá com letras garrafais, não sabe quem eu sou, minha função no meu nicho, do que eu gosto, quem são meus amigos, minha comida preferida, nada da minha puta vida! E ainda por cima fica me analisando quando a traquitana que montei com um palito de sorvete, canudo, vasinho de cerâmica, barbante, fita adesiva e bexiga, estatela no chão quando ela arremessa.
Bendita seja a gestão e seus processos. Difícil tá digerir alguém se metendo na minha personalidade, tranqüila, só porque ganhei em algum momento, um cargo em gestão. Merda!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Roberto Koji

No, antigo, colegial, tive um professor de geografia daqueles que são lembrados como “O professor”.
O Roberto além de didática, conteúdo e muuuuita inteligência, tinha bom humor. As aulas eram sempre muito dinâmicas. Quando aquele japonesinho, gordinho, de olhos quase fechados entrava na sala a euforia tomava conta.
Além de professor ele era extremamente presente na vida dos alunos. Como, no meu caso, minhas irmãs e eu fomos alunas dele ao mesmo tempo, ele acabou virando amigo da família.
Mas infelizmente o tempo passou, nós crescemos, fomos pra faculdade, enfim cada um foi pra um canto e nunca mais tivemos notícia um do outro.
Pro meu espanto ontem a caminho do inglês recebo uma ligação e, depois de quase 15anos, era o Roberto. Me achou através da amiga, da amiga, da amiga que me encontrou no orkut. Amei
Buscar coisas de um passado muito legal faz bem pra alma. Bom saber que construímos coisas boas!

terça-feira, 24 de março de 2009

Bahuchar Maa...Deusa dos Eunucos

Ontem assistindo a novela, Caminho das Índias (sim assisto novela e qualquer outra coisa que passar do útil ao fútil, amo televisão) e em uma das cenas do casamento da Maya (Juliana Paes) e Raj (?) entraram na festa alguns travestis, que foram recebidos calorosamente, como um símbolo de grande sorte.
Aquilo me deixou bastante intrigada e hoje pela manhã procurei o assunto na internet.

Os indianos acreditam que os Eunucos, como são chamados os travestis, drag queens, transformistas, etc., são o terceiro, e último, sexo.

A deusa dos eunucos é Bahuchar Maa. Existe um complexo religioso para esta deusa que é visitado por um grande número de eunucos de toda a Índia. Há uma crença de que, ao visitar o local, os eunucos ganharão sua masculinidade na próxima vida.

Os eunucos são reverenciados e temidos em algumas partes da Índia, onde as pessoas acreditam que eles têm poderes especiais, já que não podem ter filhos nem se casar, têm muito amor pra doar. Os "fiéis" tocam os pés dos eunucos em troca de uma "benção". São pessoas especiais, nem homem nem mulher, assexuado, como se fosse um anjo.

Achei o máximo está história, crença, não sei bem que nome dar.
Como parece ser confortante mitificar aquilo que não se pode, ou quer, explicar.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Eu e meu corpo (2)

Normalmente a cirurgia bariátrica e feita a partir da solicitação de um médico, endocrinologista, que solicita milhões de exames e encaminha o paciente ao gastro e ao cardio. Esta cirurgia é recomendada à pacientes com obesidade mórbida ou com problemas sérios de saúde decorrentes da obesidade (cardiovasculares, diabetes, ortopédicos, colesterol alto, etc.).
No meu caso foi de trás pra frente que as coisas aconteceram. “Eu” resolvi que era necessário fazer a cirurgia e, depois, ir ao médico. Fui primeiro no gastro, dia 15 de setembro, que comprou, de cara, meu desespero, pediu para que eu fizesse uma série de exames e me deu a notícia, que eu não sei se queria ouvir: - antes de ir a endócrino terá que engordar 12 quilos!. Ou seja, eu tinha que engordar e atingir os 40% de IMC ou nada feito. Fiquei com medo, muito medo, pois o convenio aprova aquilo que ele acha justo. E se eu engordasse mais ainda e não conseguisse a aprovação? As opções eram fazer um empréstimo, R$25.000,00 ou voltar as bolinhas, e era exatamente as bolinhas que eu não queria mais. Mas resolvi apostar.
Fiz todos os exames e, pasmem, fui aprovada com louvor. Sem colesterol alto, sem diabetes, minha hipoglicemia sumiu, o coração tava bombando, tudo em ordem. Eu estava zerada, mas ainda gorda.
No dia da consulta com a endocrino eu estava apavorada, pois não tinha me pesado e só fazia 15 dias que eu tinha recebido a notícia que tinha que engordar. Não sabia se tinha engordado o que era necessário. Embora tenha feito uma dieta macrobiótica durante 15 dias, alimentação integral, tudo que eu comia era integralmente, bolo, torta, pizza, etc., meu peso ainda era uma incógnita (essa fase não foi ruim não),. Minhas calças, que antes ainda me serviam com certo conforto, eram um incomodo, entre minha cabeça e meus ombros existia um “queixoscoço”, era impossível saber onde terminava um e começava outro. Mas ainda assim não sabia se tinha conseguido engordar 12 quilos.
Não ouve surpresa e sim alívio quando ela disse que eu tinha agora 13 quilos amais. Sem muito rodeio e com a prepotência de quem tem a salvação da sua vida nas mãos ela viu meus exames e me deu a carta de solicitação da cirurgia.
Mais um passo adiante e agora um pouco mais feliz, começou outra fase. Esperar o telefonema do convenio para marcar uma perícia e só depois confirmarem a cirurgia quase me enfartou, porque minha cirurgia estava pré agendada para o dia 13/10 e já era dia 02/10.
Nesta fase fiquei praticamente incomunicável, não queria ver, ouvir ou falar com ninguém. Eu estava enorme, sem roupas pra vestir, ansiosa e nervosa. Poucas pessoas sabiam da minha decisão, somente alguns amigos, meus pais e irmãs. Resolvi não contar, pois sabia que haveria muita gente opinando na minha decisão e eu não queria, definitivamente, a opinião de ninguém. Só eu sabia o quanto aquilo era importante pra mim.
Para o meu desespero a perícia foi marcada para o dia 08/10. Esta fase também foi bastante complicada, pois embora estivesse obesa, doente, não tinha nenhuma enfermidade causada por ela, apenas tristeza. Eu podia ser reprovada nesta fase.
Uhuu! O convenio liberou a cirurgia e comunicou ao hospital na sexta feira dia 10/10 às seis horas da tarde.
Tive o final de semana mais cheio de sonhos da minha vida...

Pôr do Sol

Hoje acordei bem cedinho, com as galinhas. Tinha inúmeras coisas pra fazer na empresa então tinha que chegar bem mais cedo.
No meu banheiro tem uma janelinha que dá para o leste e hoje na hora do banho fiquei vendo o sol nascer enquanto a água caía sobre minha cabeça.
Lembrei-me da minha adolescência, meus 15, 16 anos. De quando meus amigos e eu íamos dormir só depois que amanhecia e ficávamos, literalmente, jogando conversa fora. Ou ainda, quando acordávamos cedo, em alguma viagem, só pra ver o nascer do sol daquele lugar.
Como éramos comprometidos em viver bem, em fazer de cada minuto o mais intenso. Aproveitávamos tudo, e tínhamos tão pouquinho. Brincávamos com a vida, como se ela fosse ser pra sempre uma adolescência.
Tenho saudades “daquelas” pessoas, do beijo escondido, das traquinagens, do jogo de vôlei, dos passeios na praia no final de tarde, de estudar pra prova de química do Edu, de fumar escondido no banheiro, de colar na prova, do primeiro namorado, do trailer, dos problemas (os maiores eram os de matemática), das festas com bailinho, rever os amigos depois das férias, enfim saudades do nascer do sol.
Ai que vontade da minha adolescência!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Eu e meu Corpo (1)

Desde, mais ou menos, o dia 10 de setembro tinha vontade de ter um blog e poder dividir com as pessoas tudo que eu estava passando e passaria daquele dia em diante.
Lembro que era uma quarta feira, como tantas outras. Trabalhei o dia inteiro normalmente e, as 16:00 pontualmente tomei minha bolinha. Eu estava na minha quadragésima nona tentativa de emagrecer.
Conviver com a gordura do meu corpo era a coisa mais insuportável do mundo, pois pra mim, era um sinal claro que não conseguia controlar meus impulsos, minha gula, meus sentimentos, minhas necessidades, ou seja, eu era uma fracassada. Acordar todos os dias e se preocupar se a roupa que usou na semana passada ainda te servia, se as pessoas estavam me olhando comer ou recriminando porque eu estava comendo, se o risinho daquele cara era para a minha condição física. Eu estava sempre na defensiva. Entrar em uma loja e ter que agüentar a cara da vendedora dizendo que você esta na loja errada ou ainda ouvir a pergunta, depois de uma boa conferida no seu corpo, - é pra você?, era claustrofóbico. Definitivamente isto estava me matando.
Tinha um fornecedor de anfetaminas de Vitória/ES. Eu ligava, pedia e o remédio chegava. No rótulo vinha escrito “Fórmula com Ingredientes Naturais”, sem farmacêutico responsável, sem composição, mas, se tinha funcionado uma vez funcionaria agora também.
Estes remédios a base de anfepramona, anfetamina, sibutramina, e outros, já não faziam o efeito que deveria, afinal há quase 20 anos tomando todo tipo de fórmula, o corpo acostuma. Os únicos efeitos eram, a vontade louca de fumar, a boca seca e a “matraca”, eu falava sem parar.
Tudo estava normal naquele dia. Esta era minha rotina. Só que alguma coisa saiu do controle. Tomei o remédio e depois de uns 20 minutos comecei a sentir enjôo. Trabalhei até as 18:00, passando muito mal e fui pra casa já com febre de 39° e vomitando. Eu tinha uma tremedeira horrível e sentia a visão turvar. E pra complicar estava sozinha em casa.
Pra encurtar a história, depois de muito rezar e de vários banhos resolvi que não era aquela situação que queria para minha vida. Não queria mais aquele corpo, não queria mais fazer regime, não queria mais ser descriminada pelos outros e por mim mesma, não queria definitivamente me preocupar com meu peso. Queria voltar minhas energias pro meu trabalho, meus amigos, minha família, uma grande amor e quem sabe até meus filhos.
Neste dia, depois de jogar o pote novo de remédio (R$160,00), decidi procurar meu gastroenterologista e ver tudo que era necessário para a cirurgia bariátrica (redução do estomago)...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Ser Ruiva ou Não Ser

Ser ruiva segundo o Aurélio significa simplesmente mulher de cabelo ruivo.
Mas meus amigos a coisa é mais complexa do que somente a cor dos cabelos.
A ruividão é muito boa, mas também tem seus percalços.
Os apelidos são as coisas mais esdrúxulas do mundo: Arroto de crush, água de salsicha, Curupira, cabeça de beterraba, pica-pau, catchup ambulante, enferrujada, foguinho e outros.
Quando encontramos outro ruivo, imediatamente, ele vira nosso parente, não importa a idade que tenha.
- Olha sua irmã!
- Olha que lindo! Seu filho.
- Olha sua mãe!
Cassete! Não somos uma tribo onde todos somos parentes!
Mas a pergunta mais chata é:
- você é ruiva de verdade?
Na verdade a pergunta não irrita tanto quanto a mensagem subliminar: você tem todos os pêlos do seu corpo ruivos?
Ninguém pergunta pra uma negra, ou loira, ou japonesa se ela é de verdade.
É lógico que sou ruiva de verdade. Olhe bem minha sobrancelha, minhas sardas, os pêlos do meu braço, putaquepariu.
Somos ponto de referencia, assim como o careca, o gordo...
Agora imaginem, quando além de ruiva somos gordinhas, ou ainda, temos um nome ou sobrenome diferente. Imagine então quando somos crianças, gordinhas, ruivas, com nome difícil e sobrenome estranho, tudo junto. Aí meu amigo...fodeu!
E depois de passarmos tudo isto, desde a infância, ainda temos que aguentar comentários e acusações de que mulher ruiva é ardida e geniosa.
Claro que é ardida. Olha que vida dura cheia de preconceitos, que são superados a cada dia.
Então quando for falar qualquer coisa de uma mulher ruiva pense bem, pois ela pode ser a pessoa mais doce e envolvente do mundo ou enfiar uma colher no seu joelho (by Roxele).

domingo, 15 de março de 2009

Aisfsssummmm.........

Tô encantada, boba, babando, tremendo, com a boca seca, as pernas bambas, com frio na barriga, suspirando, feliz, anciosa, engraçada, redundante, esquecida, desatenta, sem fome...louquinha!
Pensei!!!!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Profissional x Pessoal

Baratas vão existir sempre, assim como sempre existiram. Elas e a Cher.
A população de ratos cresce a cada dia, hoje cerca de 10 por habitante. E agora eles resolveram se rebelar e além de contaminar tudo, fazerem coco onde comem, ainda mordem.
Moscas e mosquitos dão o ar da graça em dias quentes, ou seja, com este calor infernal e os invernos mais curtos eles estarão entre nós para todo sempre.
Pombos, embora há quem diga que nunca viu ninho de pombo, procriam como se não houvesse amanhã
Existem outros bichinhos chechelentos, mas me satisfaço com estes.
O ponto é, percebi hoje, que não vou ficar sem emprego. A não ser que faça uma cagada monstro, nada pessoal Paulão. Vou virar patrimônio da empresa.
Os bichinos estão aí e por aí ficarão.
A única situação que pode me atrapalhar, um pouco, é que o número de mulheres destemidas esta aumentando. Claro né, matar baratas e enfrentar ratos enormes é fácil pra quem tem que praticamente caçar um homem que tenha requisitos mínimos para um relacionamento: todos os dentes e um “phoenix” ok

quarta-feira, 11 de março de 2009

Charmosa...

Não bastava as coxas doendo e ter chegado atrasada no trabalho, no meio do dia, pra cortar o embalo do que se está fazendo, tinha a bendita reunião com o cliente.
Um cliente importante. Achei que encontraria pessoas interessantes, que poderia fazer “amigos”, afinal tô no jogo.
Chegando lá tive certeza que tinham aberto a porta do inferno. Haviam dúzias de bigodinhos de cantor de churrascaria, camisas estampadas, afinal de contas é verão*, e mais uma série de outras situações que gritavam aos meus olhinhos seletivos.
Mas ok, eu tinha que participar. Ouvi o que me interessava e decidi que na hora do coffee break iria embora.
Saindo da sala havia guloseimas e um bolo de chocolate com uma cobertura de brigadeiro com uns 2cm de altura, uma loucuuuura.
Comi e bolo e logo encontrei meu anfitrião, o sr. Akiles. Conversamos por alguns minutos e ele não parava de olhar pra minha boca. Olhava de um jeito intrigante. Tenho que confessar que me achei a tal.
Pedi licença, pois estava com a mão suja de chocolate, e disse que voltaria para me despedir.
Quando cheguei no banheiro notei que eu tinha praticamente um cavanhaque de chocolate, a coisa mais constrangedora do mundo. Fiquei roxa de vergonha e lógico que saí sem me despedir, rindo sozinha pelos corredores da empresa.

Café nas coxas

Levanto cedo, visto minha roupinha de missa, afinal tem reunião com cliente, e decido tomar café da manhã, coisa que nunca faço. Meio atordoada e estabanada derramo uma xícara de café quente nas coxas.
Nestas horas a gente não sabe se corre, se arranca as calças ali mesmo, se assopra, se liga o chuveiro. Um inferno.
Resultado, atrasada, com minha roupa manchada, com as coxas queimadas, completamente desnorteada e PUTADAVIDA!


terça-feira, 10 de março de 2009

Um amor

Ultimamente tenho sentido saudades. Não que em outros tempos não sentisse, mas ela está mais forte. Talvez seja por causa deste turbilhão de coisas que vem acontecendo na minha vida. Mas a verdade é que minha vó Anna faz muita falta.

Tinha os olhos azuis que tinham a capacidade de sorrir. A pele bem branca com sardas mostrava as marcas de uma vida de luta desde muito cedo.

Suas mãos eram grandes, pareciam até desajeitadas, mas eram firmes e delicadas, capazes de realizar trabalhos cheios de detalhes. Lembro-me das pequenas rosas de “glacê real” que ela fazia naqueles bolos de casamento, que demorava dias para confeitar.

Nas horas de folga, as do cafezinho, tinha sempre um cigarro, longo, nas mãos, que ia fumando e jogando as cinzas na palma da mão.

Lembro da minha ansiedade para que as férias chegassem logo e eu pudesse ficar com ela um mês inteirinho. Nos armários latas de leite condensado, creme de leite, milho verde e outras coisas que “as meninas” gostavam. Coisas que não faziam parte do dia a dia dela e que eram estocadas durante meses. Na geladeira dos fundos umas boas dúzias de tubaína. E na geladeira “principal” torta mesclada, doce de abóbora, doce de cidra e outras guloseimas que só ela era capaz de fazer. Ela sempre mandava fazer vestidos novos pra gente. Cheios de babados, bolinhas ou de florzinhas. Parecíamos bonecas de louça. No dia em que ela ia receber a aposentadoria era uma festa, saíamos as quatro (ela, minhas irmãs e eu). Era dia de sorvete e de ir ao cinema. Víamos os filmes dos trapalhões, quando ainda eram 4. Seu sorriso era largo. Não havia quem não se encantasse com a dona Anna.

Quando fui morar sozinha por várias vezes ela aparecia de surpresa com um tupperware cheio de salgadinhos, fresquinhos e ainda quentes. Chegava com a boca seca, pedia uma água, chupava uma balinha e voltava pra sua casa. E quantas vezes não pude retribuir atenção que ela me dava, afinal de contas eu era muito ocupada, estava estudando, tsã. Mas ela nem ligava voltava sempre para ver sua menina.

Ela me ensinou a fumar, a cozinhar, bordar, fazer tricô, crochê e principalmente algumas coisas sobre avida. Quando eu ia chegar tarde da faculdade me esperava acordada pra fritar meu peixinho, bater um papinho, fumar um cigarrinho, saber das novidades e darmos umas gargalhadas juntas. Falava alto, tinha a voz forte e quando estava nervosa ou muito feliz soltava umas frases em italiano, não negando sua origem. Tinha milhões de histórias para contar, umas tristes, outras mais alegres, mas sempre interessantes. Mas estas são para ser contadas em outras ocasiões.

Hoje gostaria que ela pudesse ver a mulher que me tornei. Gostaria que ela compartilhasse das minhas alegrias, das minhas conquistas, que estivesse aqui, mas acredito que o barbudinho sabe o que faz!

Minha história com a Vó Anna é de amor, daquelas que o tempo não deixa a gente esquecer, que de alguma maneira ficam gravadas para a eternidade. Meus filhos conhecerão a vó Anna e os filhos dos meus filhos também.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Como fazer um amigo criar um Blog.

1 - Objetivo: Irritar seu amigo até que ele crie um blog.
2- Aplicação: a todos os blogueiros.
3 – Procedimento:
- criar um blog
- adicionar o blog dos amigos
- acompanhar os posts diariamente e nunca esquecer de comentar
- conversar somente sobre blogs, posts e outros relacionados, durante as reuniões entre amigos.
- ameaçar seu amigo blogueiro a cada assunto, que seja interessante para um post, dizendo: - se você não postar eu posto e digo que é meu.
- utilizar os posts como um termometro. Um indicador do humor do blogueiro
IMPORTANTE: inserir no seu vocabulário o verbo postar, vindo de post; eu posto, tu postas, ele posta.
- fazer com que o assunto blog seja continuo.
- apresentar os amigos da turma, à um amigo novo, com o nome de seus blogs e quando chegar a vez de apresentar o amigo que não é blogueiro dizer: - e este é o... sem blog.
- deixar seu amigo, que não é blogueiro, encabulado, excluído dos assuntos, mal falado, chateado, triste e deprimido, até que ele sinta que não tem valor, que perdeu sua identidade, um nada no mundo, pelo menos no mundo dos blogueiros.
- mentir para ele dizendo que ele escreve bem, mesmo sem nunca ter lido nem um bilhete escrito por ele. convencê-lo que seria muito legal um blog para que ele conte as história “interessantes” que sempre conta.

Obs.: Este procedimento deve ser repetido inúmeras vezes até que seu amigo se irrite, crie um blog e comece a postar. Mas muito cuidado, pois você pode estar criando um MONSTRO ou La Reina.